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Fomos questionados em relação ao livro Bem-Vindo À Bolsa de Valores, de Marcelo C. Piazza, através de um comentário do post anterior e resolvi criar um novo post para respondê-lo.
Infelizmente não li o livro, mas encontrei uma entrevista cedida pelo autor ao blog Stock Buster, e reproduzo-a abaixo com o devido crédito ao blogueiro.
StockBuster: No seu livro, "Bem-vindo à Bolsa de Valores" você aborda de forma clara os conceitos básicos e necessários para operar na Bolsa de Valores. Qual foi o motivador que levou você escrever este livro?
Marcelo Piazza: O que me levou a escrever o livro foi o fato de eu não encontrar, na época, nenhum livro que eu pudesse indicar quando me perguntavam sobre algum material direcionado exclusivamente aos iniciantes, ou seja, aqueles que queriam aprender um pouco mais sobre mercado de ações, mas não tinham nenhum conhecimento prévio do assunto. Os livros ditos “para iniciantes” se esqueciam de tratar o assunto desde o início, do básico mesmo, o que deixava o leitor inseguro.
O investidor iniciante, que ler seu livro, irá dispor no final da leitura de um conjunto de ferramentas e conhecimentos indispensáveis para comprar/vender ações. Você esta trabalhando em algum novo projeto (livro) que de seqüência a este último?
Estou trabalhando em um novo livro, porém não será ainda a continuidade deste primeiro. Muito pelo contrário. O novo projeto serve para atender aqueles que querem investir, mas ainda não estão preparados para a Bolsa de Valores. Muitos interessados no assunto “investimentos” querem começar aos poucos, para, aí sim, com mais confiança, pularem para o mercado de ações à vista. Quem sabe, após concluir este segundo livro, eu possa me dedicar à uma continuidade para o primeiro.
Ótima pergunta. Muitos aplicadores de primeira viagem estão descendo como água em temporal para dentro do mercado de ações, sem sequer saber o que estão fazendo. É importante investir, e recomendo fortemente este mercado, porém é necessário saber um mínimo sobre a negociação em Bolsa de Valores, coisa que eles estão deixando de lado. Estão entrando no mercado baseados em dicas e palpites, sem qualquer tipo de análise prévia.
O mercado, como um todo, vem obtendo valorização quase que constante, desde 2005, e nessas épocas não é difícil ganhar dinheiro com ações. O problema é que o período de altas pode se inverter a qualquer momento, mesmo que só temporariamente, o que vai deixar muitos destes aplicadores desesperados. Eles não sabem proteger o seu capital das grandes oscilações de preços, e investimento sem proteção significa só uma coisa: elevação do risco.
É certo também que não devemos ficar movimentando o capital investido a cada pequena queda dos preços. O investimento a longo prazo é o mais indicado para o mercado de ações. Mesmo assim, sem ser considerado um especulador, é possível ter a calma de quem aplica a longo prazo, aliada à atenção de quem opera no curto prazo, criando assim um meio termo que vai promover resultados mais consistentes.
Qual seria seu conselho para estes investidores ficarem mais bem preparados?
Recomendo fortemente que o interessado leia o meu livro, o Bem-vindo à Bolsa de Valores (www.novosmercados.com), porque é fundamental saber o conteúdo básico desse universo antes da primeira aplicação. O custo dessa preparação prévia é insignificante perto do que o investidor vai economizar posteriormente, seja evitando erros básicos dos iniciantes, seja economizando com taxas de corretagem.
- Desenvolva uma estratégia operacional, e siga-a com disciplina;
- Esteja seguro do motivo da compra de um papel;
- Tenha em mente o prazo para a aplicação, ou seja, curto, médio ou longo;
- Condicione-se ao uso do stop, que é um recurso utilizado para proteger automaticamente o capital aplicado;
- Invista sempre uma pequena porção do seu capital em ações;
- Busque enxergar o mercado de forma ampla: “Quem olha do último andar vê mais do que quem olha do primeiro”;
- E por último: Evite que suas emoções se envolvam na operação. Aplique racionalmente.
Além disso, interpreto os gráficos como uma espécie de “Raio X” também dos fundamentos da empresa, já que eles traduzem exatamente o que está acontecendo com uma companhia num período de tempo. Isso nada mais é do que uma visão real dos seus fundamentos sendo “digeridos” pelo mercado.
Atualmente, qual a composição de seu portfolio de investimentos? (Quantos % em ações, quanto em Renda Fixa...)? Se você quiser, pode detalhar as empresas que compõem seu portfolio.
Atualmente, estou fazendo algumas variações de portfolio, buscando diferentes combinações para tentar obter o melhor retorno sempre, sem precisar definir exatamente se quero aplicar no curto, médio ou longo prazo. Assim, faço uma mescla de vários produtos do mercado, como ações, opções, fundos e títulos públicos.
Mas posso adiantar que, apesar de recomendar a compra de ações, isso não significa ter que manter 100% dos seus recursos aplicados nesses papéis. Muito pelo contrário. Fazer isso só irá aumentar sua exposição ao risco e, como já falamos, não é essa a intenção que o investidor deve ter. Equilíbrio e cautela são a melhor receita sempre. Por isso, nunca ultrapasso os 30% do meu portfolio com ações. Opto mais pelos fundos de investimentos para reduzir o risco da aplicação, e aí sim, poder deixar um restante do capital disponível às maiores variações das ações e opções.
Existe uma questão que eu diria ser a mais freqüente: Qual o valor mínimo para comprar em ações? Qual conselho você daria para investidores iniciantes nesse sentido?
Um fator muito positivo no mercado de ações é que não existe um valor mínimo para começar. É possível comprar apenas 1 ação, por exemplo. E o preço dos papéis varia bastante, começando a ser cotado desde alguns poucos centavos. Então, cada um pode iniciar com a quantia que se sentir confortável.
É difícil fazer previsões, ainda mais para o próximo ano, mas acredito que, nos meses seguintes, o mercado ainda será influenciado positivamente pela crescente procura aos investimentos com maior risco, em função da queda dos juros, que vêm deixando aplicações em renda fixa e fundos quase sem nenhuma rentabilidade real.
É desestimulante tentar explicar a um interessado que ele pode optar por um título que vai render menos que 1% ao mês. As pessoas querem porcentagens significativas, e estão dispostas a correr um certo risco para alcançar isso. Então, as soluções de maior risco estão atraindo cada vez mais gente.
Um comentário:
Resposta ampla e elucidativa, obrigado. A entrevista do autor responde algumas perguntas que eu mesmo tive vontade de fazer, quando li o livro.
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