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sábado, 29 de março de 2008

SOBRE O COFRE DE PORQUINHO

Tudo começou apenas como uma tradição. Para os povos antigos, ter alguns porcos no quintal era uma forma de "poupança". Comiam apenas os restos da comida da casa, viviam bastante e, em épocas de aperto, poderiam ser vendidos ou até mesmo servi-los a mesa. Uma família que possuísse alguns porcos em seu quintal era uma família precavida. Quando o uso de dinheiro começou a ficar mais forte, as famílias perceberam que poderiam, ao invés de guardar o porquinho, vendê-lo e guardar o dinheiro. Na época, era comum as pessoas guardarem seus pertences pessoais em potes de cerâmica. Foi quando, então, surgiram os primeiros potes de cerâmica em formato de porquinho (piggy banks), que serviam para guardar dinheiro.

Hoje em dia, o cofre de porquinho é bastante utilizado principalmente na educação financeira de crianças. As crianças aprendem conceitos básicos como poupar e dar valor ao dinheiro, ou até mesmo coisas mais elaboradas, como estratégias para consumo no longo prazo.

O uso dos porquinhos em formato de cofre ficou tão popular, que hoje é possível até ver por aí letras de música e casos de polícia envolvendo a figura. Confiram este porquinho com design ultra-moderno, por exemplo, que permite que você direcione suas poupanças para doações, investimentos, ou outras coisas.

Mas há quem critique esta cultura de reter o dinheiro em porquinhos, para estourá-lo e gastar tudo no final. O Banco Central do Brasil fez uma pesquisa no ano passado e descobriu que, em todas as classes sociais, há o costume de se guardar moedas em casa usando-se cofrinhos ou similares. Ou seja, tanto pobres quanto ricos são fãs de um porquinho. Porém, o problema é que, atualmente, cerca de metade das moedas em circulação no país não estão sendo efetivamente usadas. São seis bilhões de moedas que foram colocadas em cofrinhos – ou estão esquecidas em cantos da casa, em bolsas ou porta-níqueis. Para o país, isso é um tremendo prejuízo. Isso porque dinheiro custa dinheiro. Ao fazer uma moeda de um real, por exemplo, gastam-se 26 centavos. E quando não há moedas suficientes em circulação, é preciso produzir mais, gastando-se dinheiro. Sem falar que a escassez de moedas dificulta o troco, gerando problemas para o comércio.

Por isso, se você tem filhos maiores de 10 anos, o indicado é que ensine-os a começar a mexer com contas poupança, de bancos de verdade. Ou caso decida ter um porquinho em casa, não exagere no tamanho dele, ok?







Um comentário:

Anonimo disse...

De fato, moedas são um custo para o Estado, mas o maior problema é que uma menor circulação das moedas prejudica a economia como um todo. Pessoas produzem para receber dinheiro, para pagar seus empregados, para que estes comprem bens(produzidos) para sua casa - com um montante monetário podemos satisfazer três(muito mais) setores diferentes, deixa-los igualmente ricos(em termos poder de compra e bens). Bancos não prejudicam a economia pq do dinheiro que retêm separam uma pequena parte (no máximo 10%) e usam a outra para empréstimo para a manter a economia produzindo. O Bacen quer que todos usem suas moedas porque isso multiplica a riqueza do país.

Grato